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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Review: Beyond – Two Souls

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Gráficos ultra-realistas. Dinâmica de gameplay baseada em quick time events que acontecem em momentos específicos. Narrativa muito bem estruturada. Desenvolvimento coerente de personagens verossímeis. Escolhas que podem alterar o desfecho da história e que aumentam instantaneamente o fator replay. Eu poderia ficar horas tentando encontrar diversos outros termos técnicos para elogiar“Beyond: Two Souls”, mas eu vou simplesmente resumir como uma experiência.
O diretor francês David Cage já tentou abordar questões paranormais e mediúnicas em seus trabalhos anteriores (com exceção de Heavy Rain que acabou sendo em seu resultado final umthriller policial), e eis que enfim ele conseguiu acertar a mão.
Na trama, somos apresentados à Jodie Holmes (devidamente “protagonizada” pela atriz Ellen Page), uma criança que nasceu com uma entidade invisível “acorrentada” à sua alma, e que ela chama carinhosamente de Aiden. Ele vive neste plano da realidade e acompanha e auxilia a garota, lhe fornecendo poderes paranormais como telecinese, clarividência e em alguns momentos até mesmo mediunidade e possessão.
Tal como um filme de Quentin Tarantino, acompanhamos a história destas duas almas através de fragmentos em ordem não-cronológica, por 15 anos suas extraordinárias vidas. Apesar de parecer confuso a princípio, é interessante notar, porém, como desta forma tudo faz mais sentido, e o quebra-cabeça vai se alinhando aos poucos, tanto na mente de Jodie, como na mente do jogador.
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Pessoalmente, eu acredito não ter aproveitado Beyond em seu potencial máximo, justamente porque fiz escolhas durante o gameplay baseando-se em minha pessoa – no que eu faria na pele da Jodie… Mas ela é tão bem trabalhada que parece ter vida própria e, portanto, parece errado fazê-la vestir a nossa pele. Foi só quando eu terminei o jogo e vi o resultado de minhas escolhas até ali, que eu percebi que eu era uma mera telespectadora, e desta forma, deveria tê-la ajudado a perseguir seu próprio caminho ao invés de moldá-la à minha semelhança.
É difícil tentar comentar sobre Beyond sem levantar spoilers, pois controlamos Jodie e Aiden em diversos momentos e situações diferentes, e cada uma delas é uma experiência muito bem estruturada que trabalha em sincronia com o conjunto da obra. Às vezes o jogo se parece mais com um seriado de televisão do que um filme. O roteiro – que segundo Page, possui mais de duas mil páginas – possui sim muitos clichês e resoluções mal contadas e convenientes para alguns conflitos, mas em contraponto, é fácil se apegar também aos personagens coadjuvantes, o que nos faz ponderar cuidadosamente sobre as escolhas que fazemos a fim de tudo dar certo para eles e para Jodie no fim daquele capítulo.

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